Força? Mas o que força tem a ver com textos? Se você já faz parte do time de claricers, provavelmente notou que avalio o estilo dos textos com base em quatro pilares principais: clareza, concisão, força e originalidade.

Interligados, esses fundamentos dão sustentação para uma boa escrita. Mas no que consiste um texto forte? E o que você pode fazer para alcançar esse resultado? Dá só uma olhadinha! 😀

O que é força em um texto?

Um texto forte é aquele que tem vigor, causa impacto e transmite credibilidade.

Quando pensamos em antônimos de força, quais palavras vêm à nossa mente? Fraqueza e debilidade são algumas delas, não é mesmo? Portanto, o fortalecimento envolve evitar o uso de elementos que denotam fragilidade e insegurança para o leitor.

Como escrever textos fortes?

Nesta série sobre os pilares da construção de textos, é preciso destacar que me refiro especialmente a conteúdos informativos, em que a objetividade é primordial. Já textos literários, por exemplo, são criados a partir de uma estrutura diferente. Dito isso, vamos às boas práticas!

Tenha cuidado com adjetivos qualificadores

Conforme classificado pela Gramática Houaiss da Língua Portuguesa, adjetivos qualificadores são aqueles que “expressam noções referencialmente variáveis ou decorrentes de opinião”, como bonito, fascinante, feio, sem graça.

O uso desse tipo de adjetivo é bem-vindo em determinadas condições. Contudo, pensando em textos que querem se distanciar de opiniões e apresentar informações de maneira precisa, sugere-se evitá-los.

Atenção: adjetivos que especificam características claras de substantivos — por exemplo, cor, tamanho e proporção —, pelo contrário, ajudam a fortalecer o texto, pois o mune de informações concretas.

Prefira a voz ativa

A voz ativa destaca o sujeito como agente da ação e confere mais vigor à oração.

A receita foi inventada por Carolina. (voz passiva)
Carolina inventou a receita. (voz ativa)

Percebe como a mesma ideia foi comunicada com menos palavras e de modo conciso?

Exemplos

É sabido que essas foram as verbas repassadas pelo órgão.
Sabe-se que o órgão repassou essas verbas.
É recomendado que se use diariamente o medicamento.
Recomenda-se o uso diário do medicamento.

Fuja das palavras vagas

Quem lê um texto informativo busca por confiabilidade. Conteúdos permeados por palavras vagas passarão insegurança para o leitor.

Há situações em que o escritor quer mesmo emitir opiniões, demonstrar incerteza ou indicar possibilidade sobre algo. Caso contrário, evite expressões como “acho que”, “na minha opinião”, “pode ser que” e “talvez”.

Corte advérbios em excesso

A depender da frase, eles são dispensáveis. Leia e pense: “se eu tirar isso daqui, o sentido do texto será prejudicado?”. Ainda assim, pode ser que você queira manter um “muito” aqui ou um “realmente” ali. Não vamos pensar em proibições. É só uma questão de usar com moderação.

Exemplos

Foi com muita alegria e muito entusiasmo que a plateia recebeu os artistas que, sem sombra de dúvidas, também retribuíram igualmente a recepção calorosa.
Foi com alegria e entusiasmo que a plateia recebeu os artistas, que retribuíram igualmente a recepção calorosa.

Fique de olho no gerundismo

O uso excessivo e desnecessário do gerúndio se tornou um vício de linguagem.

Lembra-se das frases de telemarketing, do tipo “vamos estar passando sua ligação para que o responsável esteja avaliando a situação”? Virou até brincadeira, mas fato é que vemos exageros por aí. Por que não “vamos passar sua ligação para o responsável avaliar a situação”?

Não digo para você cortar a torto e a direito qualquer gerúndio que encontrar por aí. Mais uma vez, pense na moderação e na necessidade. Para ajudar, prefira verbos no infinitivo, como no segundo exemplo do parágrafo anterior.

Agora que já sabe o que é força em um texto, bora fortalecer os seus? Ah, e se ainda não leu meus posts sobre clareza, concisão e originalidade, convido você a dar uma conferida neles também!

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